Foto:
Luiz Ataide (DOM BOSCO – 1975. Em pé da esquerda pra direita: Wilson, Góes,
Peruanito, Paca,Lázaro, Alonso, Guerra, Joselí, Tostão. Agachados da esquerda
pra direita: Pelaes, Tenis (com seu filho Juscelino), Alvarado, Sierra,
Cambota, Amadeu e Sabá)
Que
saudades do nosso bom futebol
Por:
Luiz Ataide
Vemos
nossa cidade em completa letargia e abandono em termos de esportes, mais
precisamente o futebol, ainda salvo por alguns abnegados esportista ou grupo de
pessoas que ainda amam o ̎esporte
rei ̎, que independentes do poder
público, não deixam o nosso moribundo futebol morrer de uma vez.
As
iniciativas para formação de bons times surgiram durante a década de 50, por
pessoas como o Seu Euzébio Cordeiro, que fundou a equipe do Brilhante Esporte
Clube; Seu Mamerto Angulo, que fundou o poderoso Paissandu, Seu Pedro Gomes da
Silva (Seu Pedro I) com o timaço do Penarol. Na vila Militar o célebre e
inesquecível time da Companhia (7ª Cia. de Fronteira), comandada pelo
entusiasta Tenente Almeida, equipes que fizeram história na fronteira, até o
final da década de 60. Em 17.02.1972 esse autor funda a Liga Esportiva de
Tabatinga, junto com outros desportista como Elodebar Ribeiro, Silvio Brito de
Carvalho (Bibite), Antero Corrêa Vieira, entre outros, iniciando pela primeira
vez um campeonato devidamente organizado. Os campos de futebol eram feitos
pelos próprios jogadores nos fins de semana, no mutirão ou em horas de folga do
trabalho, na base do machado, pá, terçado e enxada, eram homens, mulheres e crianças.
Assim surgiram os campos de Dom Bosco no bairro de São Francisco; Cruzeiro,
próximo ao atual mercado municipal (dos irmãos Zé e Paulo Parente); São
Raimundo, também no bairro de São Francisco (dos irmãos Careca e Virgilio);
Olaria atrás do Colégio Pedro Teixeira, além do campo do amante de futebol Seu
Luiz Ferreira Tenazor (onde hoje está localizado o colégio Batista
Regular-IBRET), os campos do CFSol, da Comara e o campinho de outro apaixonado
por futebol Seu ̎ Júlio Couro ̎ ,
no bairro Ibirapuera.
A
abertura do campeonato com o desfile das equipes na Rua Marechal Mallet, a
rainha na frente portando a bandeira do time, atrás as bonitas guardas de
honras, a diretoria e os jogadores. O torneio inicio e o campeonato, as
torcidas na beira dos campos, as charangas, as bandeiras, o foguetório, as
transmissões pelo boca-de-ferro com Ozires Clécio e Aluizio Cury. Os jogos eram
aos domingos, pela manhã a rodada dos juvenis e a tarde dos maiores. O maior
clássico era entre Dom Bosco e Palmeiras, times de maiores torcidas, as apostas
corriam soltas. Todas aquelas manifestações esportivas ficaram no passado, foi
um sonho que passou, que belas tardes de domingo. A administração militar com o
intuito de urbanizar a cidade, passou o trator por cima dos campos abrindo
ruas, foram loteados surgindo casas, desaparecendo os locais da prática do
esporte e do lazer. Quando Tabatinga se tornou município em 1983, não tínhamos
na cidade mais nenhum campo de futebol. Em 1985 o Prefeito Oscar Gomes da
Silva, começou a construir o atual estádio, deixou reservada outra área para um
campo, onde atualmente está localizado o onçódromo; de lá pra cá nenhum outro
Prefeito teve a iniciativa em deixar reservado nos novos bairros que surgiram,
locais para a pratica de esportes, não se preocupando com o futuro de nossa
juventude, somente lembrada durante as campanhas eleitorais, depois
esquecida.