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terça-feira, 20 de agosto de 2019

A Rã Encantada


Foto: PxHere

Luiz Ataíde

Tabatinga (AM) – O dia 22 de agosto é comemorado “O Dia do Folclore”, nossa região rica em lendas não poderíamos deixar de relatar mais uma estória repassada por gerações ligada com a cultura de nossos primitivos habitantes, que passaremos a contar.

Contavam os antigos habitantes indígenas de nossa região, que no lugar chamado Tabatinga, existia uma antiga tribo de índio, onde os homens sofriam muito porque não existiam mulheres; um deles era o jovem guerreiro Maiquiri, que na antiga língua indígena significava “homem corajoso”, era filho do tuxaua, era um rapaz bonito, bom caçador e pescador, era o marido que qualquer mulher desejaria. Desejava, sonhava um dia ter uma mulher para sua companheira, mas não existiam.

Certo dia ao sair para caçar, no meio do caminho encontrou uma rã com umas cores bonitas e que não parava de coaxar, ficou a olhar para aquele animal e disse:

- Ah, rã bonita, se tu fosses uma mulher eu ia me casar contigo!

Disse isto e continuou seu caminho. Andou um pouco mais e viu uma clareira e no meio corria um bonito igarapé ladeado por bonito capim, logo distinguiu próximo ao riacho a figura de uma mulher, aproximou-se e constatou que era uma bela jovem que dizia que morava numa tribo distante e perdida. Perguntou-lhe se aceitava morar com ele e ser sua mulher, e ela prontamente aceitou. Passado algum tempo ela ficou grávida, ele ficou muito alegre. Ansioso pelo nascimento do filho teve uma decepção, não nasceu uma criança, nasceu um sapo.

Perturbado foi consultar o pajé, que lhe disse ter sido enganado, na verdade ela era uma rã que se transformava em animal ou gente. Certo dia escondido numa moita, observou quando sua mulher se dirigiu ao igarapé, ao cair na água ela se transformou numa rã que ele tinha visto no caminho. Maiquiri magoado chorou e foi pedir ajuda ao pajé para acabar com o encantamento. O pajé com pena do sofrimento do jovem guerreiro, pediu que retirasse um fio de cabelo do cocuruto da mulher, de posse do cabelo o pajé botou para ferver junto com a flor perfumada de manacá, depois pediu para que ela e o sapo bebessem aquela água na noite de lua nova.


Ao acordar na manhã seguinte, Manaquiri viu ao lado da mulher um lindo menino, era seu filho que ele tanto almejava, chorou de felicidade, o encanto tinha desaparecido, sua mulher nunca mais se transformou em rã. Por castigo de Tupã, desde então as fêmeas nunca mais cantaram, somente as rãs macho cantam para atrair as fêmeas.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Avenida da Amizade, 54 anos, em 06 de julho

Foto: Carlos Gossel

Por Luiz Ataíde

No dia 6 de julho, a principal artéria de Tabatinga estará comemorando o aniversário de 54 anos de existência. Sua abertura no sentido Vila Militar-Fronteira, não foi uma obra de governo, mas sim de iniciativa de um tabatinguense que na época servia ao Exercito Brasileiro, era o Cabo Oscar Gomes da Silva.

Com os soldados que naquele ano de 1965 se incorporaram ao Exercito, em vez de fuzis, pegaram machados, pás, enxadas e terçados. Era o dia 15 de maio quando começou o desmatamento da selva divididas em três turmas, uma ia brocando a mata, outra derrubando as arvores e a ultima fazendo a limpeza da estrada.  Finalmente no dia 06 de julho daquele ano de 1965 o serviço chegou e foi concluído até a fronteira, unindo-se com a Av. Internacional do lado colombiano, que já existia desde 1956.

O primeiro nome que recebeu foi Estrada do Marco. Em 1973 foi beneficiada com maquinas pesadas e recebeu a primeira camada de asfalto, recebendo o nome de Estrada da Amizade. Em 10.01.1982 oficialmente recebeu o nome de Av. da Amizade, quando foi inaugurada a pracinha localizada na fronteira e colocada uma placa comemorativa com a presença do governador de Letícia Cézar Moreno e o comandante militar de Tabatinga Ten-Cel Hélio Borba.

Soldados que participaram da abertura da Avenida da Amizade: 1) Admilson Angulo Gonzales, 2) Afonso Ferreira Barros, 3) Alberto Olímpio Edward, 4) Almir Tito Pereira dos Santos, 5) Álvaro da Silva Cabral, 6) Antônio Maia de Farias, 7) Antonio Pinto Cavalcante, 8) Antonio Seabra de Souza, 9) Arismildes Alves do Nascimento. 10) Arnildo Augusto Rios, 11) Artur Carlos Obando, 12) Cândido Gomes dos Reis, 13) Carlos Batista Pinto, 14) Daniel Bitencourt, 15) Danilo Pacífico Salvador, 16) Delmiro Guimarães Fortes, 17) Elcídio Almeida de Oliveira, 18) Erasmo Barbosa da Silva, 19) Ernando Barbosa Rodrigues, 20) Esmerindo Souza Salazar 21) Evaristo Pereira Ramos, 22) Flávio de Souza Farias, 23) Francisco Davis, 24) Franklin Mendes de Oliveira, 25) Genésio Barbosa de Oliveira, 26) Gentil Andrade dos Santos, 27) Hélio Batista Pinto, 28) Horácio Machado da Costa, 29) João Ferreira de Lima Filho, 30) João Liberato Rabêlo, 31) Lator Carvalho Sales, 32) Lourival Carvalho dos Santos, 33) Manoel Andrade da Silva, 34) Manoel Carlos de Lima. 35) Manoel Leandro, 36) Manoel Marques Teixeira, 37) Mário Santos Silva, 38) Raimundo Barbosa Cavalcante, 39) Raimundo Barbosa do Nascimento, 40) Raimundo Ferreira Ataíde, 41) Raimundo Moraes Neto, 42) Raimundo Nonato Hidalgo, 43) Romualdo Januário, 44) Sebastião Pereira Lima, 45) Silvio Ferreira Parente, 46) Vilmar Carvalho dos Santos, 47) Augusto Conceição Feitoza.

Na oportunidade prestamos nossa humilde homenagem e gratidão, a estes anônimos heróis ou a seus familiares, pois muitos deles já se encontram no céu, os quais derramaram seu suor e calejaram suas mãos, sem que jamais tenham sido reconhecido ou lembrado seus relevantes serviços prestados no desenvolvimento de nossa cidade. Porém, seus nomes ficarão registrados nas páginas de nossa história.